sábado, 28 de junho de 2008

Uns Versos

sou sua noite, sou seu quarto
se você quiser dormir
eu me despeço
eu em pedaços
como um silêncio ao contrário
enquanto espero
escrevo uns versos
depois rasgo



sou seu fado, sou seu bardo
se você quiser ouvir
o seu eunuco, o seu soprano
um seu arauto
eu sou o sol da sua noite em claro,
um rádio


eu sou pelo avesso sua pele
o seu casaco
se você vai sair
o seu asfalto
se você vai sair


eu chovo
sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
sou eu o seu paradeiro
em uns versos que eu escrevo
depois rasgo.




[Adriana Calcanhotto]

sexta-feira, 13 de junho de 2008

meros amantes...

do vazio da vida que escolhem!
by A/C - sou fã.

Ensaio Sobre a Cegueira

''Jovens sem nenhuma utopia caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas, sem nenhuma luz. Sem nenhuma luz de Fernando Pessoa. Fechados nas sexuais telas da impotência, se masturbam contemplando corpos em decomposição. Morte da minha fé, onde estavam o beija-flor e o arco- íris... na hora do nascimento destas criaturas. Quantas gotas de flor restam pros corredores de céus de vossas bocas, quais noites clamam por vossos nomes. Eu entrando na virtuosa idade, eles entrando em idade nenhuma. Os filhos da morte burra, cheiram o branco pó da anemia. Esqueceram que um dia tocaram na poesia da transgressão em pleno frente de suas esquecidas mães. Esqueceram de colar o ouvido ao chão para ouvir as eternas batidas do coração das borboletas. Os filhos da morte burra, jamais levantam uma folha para conhecer o labor dos insetos. Jamais erguem taças ao luar, para brindar a vigorosa lua. Os filhos da morte burra desconhecem ou jamais ouviram falar em iluminação. Apenas abrem a boca para vomitar''

terça-feira, 3 de junho de 2008

Fundo do baú

Produção
Teatro
Fotografia e
a arte distancia.