segunda-feira, 7 de abril de 2008

Desculpa...

se te olho nos olhos e você reclama
que te olho muito profundamente.
Desculpa...
se tudo que vivi foi muito profundamente...

Eu te ensinei quem sou
e você foi me tirando
os espaços entre os abraços...
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre
não importava o que os outros dissessem...
Até onde posso ir para te resgatar?

Reclama de mim...
como se houvesse possibilidade
de me inventar de novo.

Desculpa...
desculpa se te olho profundamente,
rente à pele...
a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços
a ponto de ver a estrada onde ficam seus passos.

Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos
eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte...
Nenhum pedaço do meu ser
vibrante, errante, sujo, livre, quente!

Eu quero estar viva
e permanecer te olhando profundamente.